Este foi o desafio que me foi feito já há algum tempo. Nunca o tinha entendido. Pensava e pensava bastante nele. O que me quereriam ter dito com este paradoxo!? Porque me disseram aquilo a mim!?
Durante muito tempo tentei, juro que tentei, encontrar-me. Puder dizer eu sou isto\aquilo! Durante esse longo palmilhar de mim mesmo e, vários foram os "cajados" em que me apoiei, nada consegui. A peregrinação rumo à auto descoberta era infrutífera. Até que parei. Parei sem mais forças, havia-me esquecido da concha. E só quando parei e me apercebi que afinal já me encontrava na Finisterra, local onde a cor do vento é magnifica e o barulho do céu é uma balada.
*encontro me no confronto entre a cor do vento e o barulho do azul céu"
Um Índio
ResponderEliminarCaetano Veloso
Um índio descerá de uma estrela colorida e brilhante
De uma estrela que virá numa velocidade estonteante
E pousará no coração do hemisfério sul, na América, num claro instante
Depois de exterminada a última nação indígena
E o espírito dos pássaros das fontes de água límpida
Mais avançado que a mais avançada das mais avançadas das tecnologias
Virá, impávido que nem Muhammed Ali, virá que eu vi
Apaixonadamente como Peri, virá que eu vi
Tranqüilo e infalível como Bruce Lee, virá que eu vi
O axé do afoxé, filhos de Ghandi, virá
Um índio preservado em pleno corpo físico
Em todo sólido, todo gás e todo líquido
Em átomos, palavras, alma, cor, em gesto e cheiro
Em sombra, em luz, em som magnífico
Num ponto equidistante entre o Atlântico e o Pacífico
Do objeto, sim, resplandecente descerá o índio
E as coisas que eu sei que ele dirá, fará, não sei dizer
Assim, de um modo explícito
(Refrão)
E aquilo que nesse momento se revelará aos povos
Surpreenderá a todos, não por ser exótico
Mas pelo fato de poder ter sempre estado oculto
Quando terá sido o óbvio